Oiii gente. Tudo bem com vocês?
A resenha de hoje é dela,
incrível, maravilhosa e linda Lucinda Riley, que estará em Curitiba dia 07/09,
estou super ansiosa para o evento, então vamos lá. Acredito que essa foi a
resenha mais difícil até agora. Gostei tanto, mas tanto desse livro que foi
difícil achar as palavras certas para expressar o que eu senti com essa
leitura.
Minha doce Anni, você tem um coração bom, que bate mais alto que cem tablas. Como seu pai, você abomina injustiças e adota a igualdade. Mas tenha cuidado, minha Anni, pois os humanos são complicados e suas almas geralmente têm muitas camadas. Onde você acredita que vai encontrar bondade, talvez encontre o mal também. E onde você enxerga apenas o mal, talvez haja algo de bom.
Mas acredito que em meio a tantas
coisas legais nesse livro a melhor foi a forma como a autora nos apresenta a
história, mesclando o passado com o presente, passando por quatro gerações e
alternando entre diversos pontos de vista diferentes, sem, contudo, deixar a
história confusa e difícil de acompanhar. Pelo contrário, nos envolvemos cada
vez mais a cada página com essa comovente e linda história.
A personagem central da história
é Anahita, jovem indiana, cheia de vida e muito forte, mas condicionada
socialmente à uma realidade aquém à sua personalidade e aos seus dons. Na
história, somos apresentados a diversas etapas de sua vida, desde a infância,
na Índia, sua linda amizade com a Princesa Indira, passando pela juventude na
Inglaterra, até a velhice, novamente na Índia, vivenciando todas as suas dores,
amizades, amores, alegrias e dificuldades que culminaram em uma história linda,
mágica e muito envolvente, do tipo que é impossível largar até chegar ao final.
Eu havia conhecido alguém que gostava de mim como eu era. Éramos amigos, apenas isso. Pelo menos me esforcei para acreditar nisso, mas a lembrança de seus lábios em meu rosto contava uma história diferente para meu coração.
Ao mesmo tempo em que nos é
contada a história de Anahita, somos apresentados à Ari, seu bisneto, que, após
se encontrar perdido na vida, decide atender ao último pedido de sua bisavó, e
parte em uma jornada de descobrimento na Inglaterra, com a missão de procurar o
filho perdido de Anahita, que todos acreditavam estar morto, mas que ela sempre
acreditou que estava vivo. Para isso, conta com uma versão escrita por Anahita
de toda a sua história.
- Bom, pelo menos agora você está falando com o coração e não com a cabeça - Samina disse, tentando oferecer conforto. – Durante esse tempo todo, me perguntei onde meu filho estava, se um dia voltaria para mim. Então, é um bom começo. Você aprendeu uma lição importante, Ari; que a felicidade se consegue com coisas diferentes, não apenas com uma coisa. Dinheiro e sucesso nunca te farão feliz se seu coração está fechado.
Ainda no presente e também na
Inglaterra, acompanhamos a trajetória de Rebecca Bradley, atriz famosa de
Hollywood, que viaja até a estonteante mansão Astbury Hall para gravar um filme
de época, enquanto aproveita para fugir de seu relacionamento conturbado. Lá
ela conhece Lorde Anthony Astbury que gentilmente permite que fique hospedada
na mansão, um lugar em decadência que guarda segredos obscuros e muitos
mistérios de épocas passadas, nos quais Rebecca se vê cada vez mais envolvida,
junto com Ari em sua busca, unindo, assim, o passado e o presente.
Quando você está aquecido e bem alimentado, sua alma pode permanecer vazia e ainda sobreviver mais um dia. E essa, descobri recentemente, é a maior pobreza de todas.
Nesse livro, a autora nos trouxe
de forma muito clara diversos ensinamentos que podem ser levados para a vida,
além de apresentar os inúmeros contrastes entre a Inglaterra e a Índia,
mostrando o preconceito da época entre ingleses e orientais de forma tangível.
Além disso somos apresentados não
só a outras épocas, mas a outras culturas muito distintas, sendo essas
descritas com riqueza de detalhes durante o desenvolvimento da história. Os
personagens e suas motivações foram muito bem desenvolvidos e me peguei durante
toda a história torcendo por Anahita, por Rebecca e Ari, além de odiar com
todas as minhas forças a vilã, que posso considerar como a mais odiosa de toda
a literatura.
Eu estava tão imersa em meus pensamentos que não ouvi ninguém se aproximar. Ergui os olhos para encontrar os olhos mais azuis que já havia visto. Eles adornavam um rosto que ainda tinha as feições indistintas da adolescência, que antecediam os contornos finais da aparência adulta. Seu cabelo, para meus olhos indianos, era da cor e da textura da palha. Ele tinha a palidez típica dos ingleses, que tantos indianos almejavam.
Sempre gostei de ler e assistir
sobre culturas orientais, mas nesse livro a escrita da Lucinda me fez mergulhar
mais profundamente, com tantos detalhes e descrições tão vívidas que me senti passeando
pelos incríveis palácios indianos e andando pelos cenários aristocráticos
ingleses.
Esse livro fala sobre perdas e
conquistas, perdão e recomeços, e sobre o amor que atravessa as barreiras do
tempo e do espaço. Sem contar que a Lucinda nos trouxe uma trama muito bem
construída, sem pontas soltas e com histórias que se entrelaçam, no passado e
no presente, de uma maneira primorosa. Foi uma leitura muito tocante, com um
final lindo que arrancou lágrimas e sorrisos. Com certeza é um dos melhores
livros de todos os tempos.
Então, lá estávamos nós, duas garotinhas admirando as estrelas e sonhando com príncipes. Algumas pessoas dizem que gostariam de ver o futuro. Mas, pensando naquele momento de pura inocência infantil, enquanto Indira e eu estávamos deitadas sobre a grama com uma vida inteira a nossa frente, fico contente por não sabermos o que estava por vir.
Nota: 5 rosas
Nanda *-*
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