Boa noite galera. Tudo bem?
Depois de descobrir “A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista”, nada melhor do que viajar pelo mapa-múndi na “Geografia de Nós Dois”.
Depois de descobrir “A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista”, nada melhor do que viajar pelo mapa-múndi na “Geografia de Nós Dois”.
Assim
como no livro anterior, Jennifer E. Smith reúne temas que vão além de encontros
e desencontros amorosos, abordando temas familiares de maneira tocante. Por um
lado temos Lucy, que mora no vigésimo andar, sentindo-se sempre sozinha, pois
seus pais viajam o tempo todo. Do outro, Owen que após a morte de sua mãe
passou a ser como um suporte para seu pai.
Existe uma diferença entre estar e sentir-se só.
Os dois
são muito diferentes, mas se encontram no meio do caminho. No elevador, durante
um blecaute que atinge a cidade inteira, a forte conexão entre eles se
estabelece quase que imediatamente. Após dividirem uma noite única, entre
estrelas e conversas, acabam se distanciando após o retorno da eletricidade.
- As coisas são como são... – murmurou ele, deixando as palavras morrerem no final.
- Odeio essa expressão – comentou Lucy, com um pouco mais de agressividade que pretendia. – Nada é o que é. As coisas estão sempre mudando. Elas sempre podem melhorar.
Enquanto
Lucy muda-se para a Edimburgo com seus pais, Owen atravessa o país com seu pai.
Após aquela noite, muitas mudanças ocorrem e a distância geográfica entre eles
só aumenta, ao passo que emocionalmente os dois se sentem cada vez mais ligados
e iniciam uma troca de cartões postais, os quais assumem um significado maior e
muito importante para a história.
Às vezes, tinha a impressão de que sua vida inteira era um exercício de espera; não exatamente para ir embora mas para ir, simples assim. Sentia-se um daqueles peixes que tinham o potencial de crescer de maneira inimaginável, bastava o tanque ser grande o bastante. Mas seu tanque sempre fora pequeno demais, e, por mais que amasse sua casa – por mais que amasse a família –, sempre se sentira batendo a cabeça nos limites da própria vida.
Mesmo
separados geograficamente um não consegue esquecer do outro, mas tentam seguir
suas vidas, acreditando que toda a magia que os envolveu naquela noite acabou.
Acontece que eles já não são mais os mesmos, e precisam lidar, além da
distância, com a forte bagagem emocional que vêm carregando de seus passados,
ao passo que gradativamente vão melhorando seus relacionamentos familiares.
A
história foi escrita sobre o ponto de vista dos dois, em terceira pessoa, e foi
dividida em cinco partes: aqui; lá; todos os lugares; algum lugar; casa. Adorei
demais isso, trouxe um diferencial para a história. A escrita é muito delicada
e envolvente, de uma maneira única e muito expressiva. Simplesmente amo a forma como Smith sempre
narra suas histórias, de forma poética, reflexiva e bem-humorada.
Se traçasse um mapa dos dois, de onde tinham começado e de onde terminariam, as linhas seguiriam para longe uma da outra, como imãs de polos opostos. E já tinha ocorrido a Owen que havia algo profundamente errado com aquilo, que deveriam existir círculos ou ângulos ou voltar, qualquer tipo de traço que possibilitasse às duas linhas voltarem a se encontrar, Em vez disso, iam em direções opostas. O mapa era o mesmo que uma porta prestes a se fechar. E a geografia da situação – a geografia dos dois – estava completa e irremediavelmente errada.
Adorei a
forma como o encontro deles no elevador foi o precursor de tudo. Clichê, mas
ainda assim diferente. E os cartões postais e a sinceridade muda que os envolve
foi realmente uma forma diferente de contar a história, ressaltando a geografia
que dá nome ao livro. Sem dúvidas muito mais emocionante.
Nesse
livro, novamente me vi apaixonada pelos personagens e torcendo a todo momento
pelo seu reencontro, ainda que este pareça quase impossível dadas as
circunstâncias. Foi um livro que me prendeu e não consegui largar até chegar ao
final, que não deixou nada a desejar.
Talvez nunca estivessem destinados a mais que uma única noite. Afinal, nem tudo pode durar. Nem tudo deve ter algum significado.
Entre
estrelas, viagens, cartões postais e diálogos bem-humorados a história se
sustenta muito bem. É uma leitura leve e rápida e assim como seu antecessor
vale muito a pena ser lido.
Nota: 4
estrelas
Nanda
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