[Resenha] Eu, você e a garota que vai morrer - Jesse Andrews + Filme

Olá galera. Janeiro esteve tumultuado, mas nos últimos minutos do segundo tempo consegui dar uma passadinha por aqui rs.
De início, quando vi esse livro imaginava que seria mais uma história clichê sobre dois jovens que se conhecem, se apaixonam, um deles está doente e morrerá, mas isso mudará de maneiras drásticas a vida do outro. E realmente, embora ame clichês, acho que não precisamos de mais histórias assim. Mas esse livro passa muito longe disso.
O próprio título já contém um spoiler intencional, e entrou na minha lista após um vídeo do Eduardo Cilto e de, posteriormente, ler a frase: “É uma verdade universalmente reconhecida que o colégio é uma droga.” Meu radar Austeniano apitou imediatamente e resolvi dar uma chance ao livro.
Quer dizer, “incrível” é um termo relativo. Minhas expectativas eram baixas obviamente. Talvez “incrível” seja uma palavra forte demais. A frase deveria ser: “Eu estava agradavelmente surpreso com o fato de o primeiro dia do último ano não me fazer querer surtar e me esconder no meu armário fingindo estar morto.”


O livro conta a história de Greg, um garoto que apenas quer passar pela experiência do ensino médio da maneira mais pacifica e discreta possível, sem nunca se envolver com ninguém e em nenhum grupo da escola. Até que sua mãe o obriga a voltar a falar com Rachel, sua ex-namorada, que foi diagnosticada com leucemia.
Em alguns momentos fiquei um pouco incomodada com o Greg, ele é um tanto frio com toda a situação e demonstra isso a todo o momento em seus pensamentos, além de ser bastante solitário, o que acredito que tenha sido intencional e ajudou a dar o tom certo ao livro. Além do mais Greg é extremamente chato, com tudo. Principalmente com as coisas que faz, como trabalhos, seus filmes e o livro todo em si.
[...] Provavelmente vai ser relevante depois, embora quem é que vai saber? Eu não acredito que vocês ainda estejam lendo isso? Vocês deveriam dar um tapa no próprio rosto algumas vezes, neste minuto, apenas para completar a experiência extraordinariamente estupida que é este livro.
De qualquer forma, o que salva o Greg, a Rachel e toda a história é seu senso de humor sarcástico, apesar de ser extremamente irritante a maneira como ele nunca parece ser capaz de formular uma boa resposta ou pelo menos algo adequado à situação, o que também acaba sendo engraçado no fim das contas.
Sobre Rachel pouco se sabe ao longo do livro. Apenas acompanhamos a evolução de sua doença sob o ponto de vista deturpado de Greg. E finalmente temos o Earl (o VOCÊ do título), a pessoa mais próxima de um amigo, com quem se reúne para gravar filmes, que apenas eles assistirão, inspirados em outros filmes. E até por isso o existem muitas referências cinematográficas bem legais ao longo da história.
Era uma ideia tão terrível que eu tive que fingir estar morto durante cinco minutos, que foi o tempo que levou para meus pais ficarem cansados de gritar comigo e saírem do quarto.
O livro em si não traz uma história encantadora e revolucionária, mas achei que o formato escolhido pelo autor para contar a história foi bem interessante. A história é narrada por Greg, contada como se fosse um livro escrito por ele, onde expõe todos os seus pensamentos de maneira cômica e um tanto mórbida as vezes. Em diversos momentos o autor narrou parte da história como se fosse o roteiro de um filme, utilizando formas diversas para contar parte dos acontecimentos e diálogos.
E por falar nisso, para cada coisa entorpecedora que você leu neste livro havia outras quatro que eu escrevi e apaguei. A maior parte era sobre comidas ou animais. Percebi que provavelmente, eu parecia obcecado com comida e animais. Isto porque são as duas coisas mais estranhas do mundo inteiro. Sente-se numa sala e pense neles. Na verdade, não faça isso, porque poderia ter um ataque de pânico.
Enfim, é um livro levemente engraçado, ótimo para passar o tempo, mas não espere uma história incrivelmente maravilhosa. Ele é só OK. Ok? (Desculpa gente, mas não resisti ao trocadilho hahah)
Nota: 3 estrelas

O FILME

Além do livro, o autor foi o responsável pelo roteiro do filme baseado na obra. Durante a leitura não consegui parar de me perguntar como seria a adaptação desse livro. Ele não é como os outros, tem um estilo de narrativa diferente, com milhares de pensamentos e divagações de Greg e, sinceramente, não conseguia ver isso funcionando no meio cinematográfico.
Isso até que tive a oportunidade de assistir ao filme. Um verdadeiro milagre aconteceu, não só conseguiram fazer a história funcionar bem como filme, como ele foi muito melhor, superando o livro. É muito raro isso acontecer.
Parafraseando Austen (e Greg rs), é uma verdade universalmente reconhecida que adaptações de obras literárias estão fadadas ao fracasso, sendo feitas apenas para nos deixar com uma raiva imensa por ver uma história incrível ser completamente destruída (veja o exemplo brevemente mencionado por aqui do Lar das Crianças Peculiares).
Mas nesse caso foi o oposto. O filme foi diferente em alguns aspectos, mas as alterações contribuíram para transformar completamente a história. Enquanto no livro não senti apego algum pelos personagens, especificamente pelo Greg, no filme ele passou de lagarta à borboleta. Ele continua meio indiferente com toda a situação, contudo, não tão odiável quanto no livro. Ele acaba se revelando um cara muito legal.
Gostei da escolha dos atores e da forma como a história foi conduzida. É um filme ótimo, mas ele aproxima a história do clichê que mencionei na primeira parte da resenha. De qualquer forma, acredito que ele tem seus diferenciais e que vale muito a pena ser visto.
E com isso, pela primeira vez, indico mais o filme do que o livro.
Nota: 4 estrelas
Nanda

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