[Resenha] Alice no País das Maravilhas e Através do Espelho e o que Encontrou por Lá - Lewis Carrol

Oii gente. Tudo bem?

Primeiramente, esqueça todos os filmes e tudo o que você pensa sobre Alice se você ainda não leu "Aventuras de Alice no País das Maravilhas & Através do Espelho e o que Alice encontrou por lá".
“Comece pelo começo,” disse o Rei gravemente, “e prossiga até chegar ao fim, então pare.”
Meu primeiro contato com Alice no País das Maravilhas foi ainda na infância e, possivelmente, na época não compreendi nem a metade de tudo o que se passa no livro.
Isso porque este não é um mero livro infantil. Ele é um dos livros mais complexos e cheios de ramificações existente, que vem intrigando e fascinando gerações, entre crianças e adultos há mais de 150 anos, desde a sua publicação em 1865.

“Ao contrário”, continuou Tweedledee, “se era assim, podia ser; e se fosse assim, seria; mas como não é, não é. Isto é lógico.”
Nessa edição pocket e muito fofa da editora Zahar, temos os dois livros com as belíssimas ilustrações originais de John Tenniel. Ao longo do livro, Alice narra as aventuras no País das Maravilhas e através do espelho, tal qual o título já explica. Mas ao mesmo tempo em que temos uma história única, temos vários núcleos diferentes, narrando histórias e eventos que parecem até mesmo não ter muita relevância para a história, dado o seu grau de loucura. A essência da história já é conhecida por todos, então dispensa maiores apresentações.
“Oh, das que aconteceram daqui a duas semanas”, a Rainha respondeu, num tom displicente. “Por exemplo, agora”, ela continuou, enrolando uma larga atadura no dedo enquanto falava, “há o Mensageiro do Rei. Está na prisão agora, sendo punido, e o julgamento não vai nem começar até quarta-feira que vem, e, é claro, o crime vem por último.”
“E se ele nunca cometer o crime?” disse Alice.
“Tanto melhor, não é?” a Rainha retrucou.
São inúmeras adaptações, desde a animação da Disney, que foi a responsável por dar visibilidade para a história e torna-la conhecida no mundo todo, até os dois filmes mais novos, não muito fiéis. Isso sem falar de inúmeras releituras da história, como o spin-off Once Upon a Time in Wonderland, que misturou Alice com Aladdin, o que é quase mais louco ainda que a história original, mas achei interessante. Só que a história é muito mais do que o que foi mostrado até agora. Na verdade, acredito que seja muito difícil fazer uma adaptação fiel da história, dado o formato do livro e a complexidade do livro como um todo.
 “Quando eu uso uma palavra”, disse Humpty Dumpty num tom bastante desdenhoso, “ela significa exatamente o que eu quero que signifique: nem mais nem menos”
É um mundo inusitado, que na verdade não passa de uma reflexão do mundo real, repleto de metáforas, simbolismos e as mais variadas nuances interpretativas. Tudo isso, visto pelos olhos de uma criança e vivido por ela. A verdade é que por mais maluco que seja, é muito fácil se identificar com alguns aspectos do caráter de todos os personagens.
O Cavaleiro pareceu surpreso com a pergunta. “Que me importa onde está o meu corpo?” disse. “Minha mente continua trabalhando do mesmo jeito. Na verdade, quanto mais de cabeça para baixo estou, mais invento coisas novas.”
Enfim, é um livro repleto de lições de vida, sem, no entanto, ser monótono. Pelo contrário, é divertidíssimo e tem uma história muito inusitada, o que talvez explique o sucesso contínuo, após tantos anos, e em todas as faixas etárias.
Vale muito a pena ser lido, relido, vivido e aspirado.
Nota: 5 xícaras de chá
Nanda

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