[Resenha] Anna e o Beijo Francês - Stephanie Perkins

Olá gente, tudo bem?
Nunca tive dúvidas de que amaria este livro sempre que ouvia alguém falando sobre ele. E, após terminar a leitura, pude ver que estavam todos certos. O livro faz parte de uma trilogia, sendo cada livro sobre uma protagonista, então não vejo a hora de ler os demais (Lola e o garoto da casa ao lado; Isla e o final feliz).
Na história, Anna, americana, filha de um escritor de romances clichês, com finais tristes e que nos fazem chorar “a la Nicholas Sparks” é enviada para Paris, para estudar na SOAP, um colégio interno para americanos. Embora seja Paris, ela não tem a mínima vontade de ir, sobretudo por possuir um perfeito lar, com perfeitas amizades e até mesmo um perfeito namorado, mas como não tem escolha é obrigada a deixar Atlanta e toda sua encaminhada vida para trás.
- Mademoiselle Oliphant. É traduzido como “Ponto zero das estrada da França”. Em outras palavras, é o ponto no qual todas as outras distâncias da França são medidas. – St. Clair limpa a garganta. – É o início de tudo.
O que parecia ser um completo desastre muda quando Anna conhece Étienne St. Clair, bonito, inteligente e muito charmoso, que se torna rapidamente seu melhor amigo. Tudo se complica quando ela descobre estar nutrindo sentimentos por ele, o que não seria um problema não fosse o fato de St. Clair ter uma namorada.
Daí em diante as coisas se complicam cada vez mais e sempre que parece que as coisas darão certas, tudo desanda novamente.
E tem outra coisa.
A coisa que estou tentando ignorar . A coisa que não devia querer, que não posso ter.
E ele está parado na minha frente agora.
Então, o que peço? Algo que não tenho certeza de que quero? Alguém que não tenho certeza de que preciso? Ou alguém que sei que não posso ter?
Anna e o Beijo Francês é aquele romance fofinho capaz de aquecer o coração a cada página lida, e só isso já é o suficiente pare recomendar esse livro. Mas ao mesmo tempo em que ele é cheio de clichês, a começar pelo romance acontecendo em Paris, a cidade mais romântica do mundo, ele tem seus diferenciais.
Primeiramente, as descrições da cidade me deixaram encantada. É quase como se você estivesse lá, sendo possível visualizar a cidade, suas ruas com luzes amarelas e monumentos históricos.
E, então, conforme voltamos a nossa atenção para o rio, eu a vejo: Notre-Dame.
Reconheço-a de fotografias, claro. Mas se Saint-Étienne é uma catedral, então não é nada, nada comparada a Notre-Dame. O prédio é como um grande navio a todo vapor pelo rio. Monumental. Monstruoso. Majestoso. É iluminada de forma que lembra a Disneylândia, mas é muito mais mágica do que qualquer coisa que Walt possa ter sonhado. Há videiras encostadas nas paredes que chegam até o rio, completando o conto de fadas.
Parece aquela típica história da garota se apaixonando pelo melhor amigo, mas consegue ir além, com algumas reviravoltas surpreendentes e seus personagens espirituosos. Acredito que uma das coisas que mais gostei foi das personalidades de cada personagem, que ao mesmo tempo em que pareciam familiares eram diferentes e ajudaram a dar o tom certo ao livro.
- Tudo bem, congele até a morte. Veja se me importo. – Mas ele tira o gorro do bolso do casaco e o soca na cabeça. Desta vez seu sorriso é completo e deslumbrante e me pega desprevenida. Meu coração para.
Anna não é aquela adolescente chata e odiosa que passa a história toda inconformada com a mudança. Ela passa a se adaptar às mais diversas situações e não é conivente com o comportamento dos outros quando não concorda com alguma coisa. Ela é inteligente, muito amiga e extremamente divertida, só perdendo nesse último quesito para St. Clair.
- Do filme?
Agradeço que as sombras escondam meu rubor.
- Gosto muito – ele diz.
Arrisco um olhar e St. Clair me olha fixo. Profundamente. Nunca tinha olhado para mim desse jeito. Viro-me antes, e então sinto-o virar algum tempo depois.
Sei que eles está rindo, e meu coração acelera.
St. Clair é simplesmente arrebatador. Ele é aquele cara divertido, muito cavalheiro, sempre pronto para tudo e que encarna muito bem o papel de melhor amigo, exceto que ele não é apenas um melhor amigo convencional. Mas de qualquer forma, mesmo seus defeitos não acabam com sua perfeição.
O romance ao mesmo tempo em que é muito fofo e se desenvolve muito gradativamente, também é sensual e repleto de situações que já demonstram o caminho meio que sem volta que está sendo trilhado pelos protagonistas.
Contudo, não se deixe enganar pelo título e capa do livro. Não é apenas um simples romance. É também uma história sobre amizade, superação, família e sobre como nossas impressões por vezes são equivocadas.
Pela primeira vez desde que cheguei em casa, estou completamente feliz. É estranho. Casa. Como eu pude querer estar aqui o tempo todo, só para perceber que ela se foi. Estar aqui, tecnicamente na minha casa, e descobrir que minha casa agora é em outro lugar.
Sinto falta de Paris, mas lá também não é a minha casa. É mais algo do tipo sentir falta... disso. Desse calor pelo telefone. É possível que lar seja uma pessoa e não um lugar? Brigde costumava ser meu lar. Talvez St. Clair seja meu novo lar.
É impossível não se sentir dentro do livro, seja pelas descrições dos lugares, seja pelas sensações despertadas. E tudo graças à escrita maravilhosa de Stephanie Perkins. E que escrita! Tem tudo na medida certa e uma leveza muito grande que me deixou muito feliz durante toda a leitura. Merecem destaque também as referências a outras obras citadas (Balzac e Pablo Neruda, por exemplo) ao longo da história e a inserção do meio cinematográfico de forma direta através da grande paixão de Anna pelo cinema.
Eu comprei poemas de amor para você! "Eu a amo como certas coisas obscuras são amadas, secretamente, entre a sombra e a alma."
Não posso negar que o livro possui clichês aos montes saindo pelas janelas, mas entre encontros e desencontros, é uma história gostosa de se ler, muito fofa e bem-humorada. O final é maravilhoso e não deixou nada a desejar. Agora que acabei a leitura já sinto saudades dessa Paris que senti como se tivesse conhecido e desse enrolado e proibido romance.

Nota: 4 estrelas
Nanda

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