[Resenha] Julieta - Anne Fortier


A primeira vez que li esse livro, foi como uma terapia. Sofro de ansiedade e tenho crises durante a leitura já que necessito saber o final antes mesmo de começar o livro – e sim, as vezes eu leio as ultimas folhas antes do tempo.




- Quando eu tinha 13 anos – acabou dizendo, com o cenho ligeiramente franzido - , passei um verão com meus avós, aqui em Siena. Eles tinham uma bonita fazenda. Vinhedos. Cavalos. Instalações hidráulicas. Um dia, recebemos uma visita. Era uma norte-americana, Diane Tolomei, com as duas filhas pequenas, Giulietta e Giannozza...
- Espere aí – interrompi-o – Você está falando de mim?
Ele me olhou com um estranho sorriso torto:
- É. Você estava usando uma...como é mesmo a palavra?...fralda. – Ignorando meu protestos, continuou: - Minha avó mandou eu bricar com você e sua irmã enquanto eles conversavam, então levei-as até o estábulos para lhes mostrar os cavalos. Infelizmente, você se assustou e caiu em cima de um ancinho. Foi terrível. Você começou a gritar e havia sangue em toda parte.
[...]
- Duas semanas depois, meus avós leram no jornal que Diana tinha morrido num acidente de automóvel com as duas filhas pequenas. Eles ficaram arrasados. – Levantou a cabeça e finalmente me encarou.- Foi por isso não acreditei que você fosse Giulietta Tolomei.

Mas você deve estar se perguntando, por que da terapia? Simplesmente porque ele é um livro longo, além de ser dividido em duas narrativas: a da Giulietta, nossa mocinha dos dias de hoje, também conhecida como Julieta e  sempre “um pé atrás” de sua irmã gêmea Janice: menos bonita, com o cabelo menos brilhoso, menos popular; e a antiga Giulietta (a verdadeira de “Romeu e Julieta”), que tem partes narradas por meio de cartas achadas pela mãe da nossa protagonista.

O livro tem os temas principais o romance e suspense. Romance é meio obvio já que se trata de uma reescrita de uma das maiores obras de Shakespeare.

Mas o suspense é onde a coisa realmente pega. Cada capitulo que você lê, mais animado e agitado você fica, e a cada personagem que aparece é aquele sentimento de “putz, acho que não deve confiar nessa pessoa, não”. Sabe aquele pressentimento quando está assistindo filme de terror? Então, é igual.

O mais contagioso da história, é o lance da maldição que é passada de geração em geração, desde Julieta (há 600 anos atrás). Não querendo dar muitas dicas, mas a maldição é mais ou menos assim: a cada geração da família, uma mulher irá ter duas filhas, gêmeas, no qual os nomes serão sempre os mesmos, Giulietta e Giannozza. Toda Giulietta terá seu Romeo  e quando se conhecerem, estarão tão apaixonados que não irão perceber a desgraça que está se aproximando deles. E quando finalmente tudo isso acontecer, eles irão morrer.

A mãe da nossa Julieta, Diane Tolomei, percebendo todos esses acontecimentos, começou a estudar sobre a família e suas ligações. Por meio disto, descobriu cartas da primeira Giulietta Tolomei que descrevia sua vida, como conheceu Romeo e como foi para poder fugir de seu casamento arranjado.

Por meio dessa e de outras descobertas, Diane montou uma pequena caixa com todas as pistas e iria entregar para Julieta na sua adolescência, mas acabou morrendo em um acidente de carro (algumas teorias dizem que foi assassinato, já que o seu marido, pai das gêmeas, morreu no mesmo período).

Como disse antes, toda Giulietta tem seu Romeo. Então, quem é o "prometido" de Julieta? 
Hmmmmmmmm.

- Se fossemos casados – disse, ainda sem sorrir -, eu não precisaria perguntar. O homem no seu quarto seria eu.
[..]
- Deixe-me adivinhar: se fossemos casados, você me acorrentaria no calabouço toda vez que saísse de casa, certo?
Ele considerou a ideia, mas não por muito tempo:- Eu não precisaria disso. Depois de me conhecer, você nunca mais iria querer outro homem. E se esqueceria de todos que já conheceu.

A única pista que posso dar é que: ele vai deixar ela descobrir tudo sozinha, mesmo sabendo de tudo. E no fim, os dois vão lutar contra a maldição.

Não desistam do livro, ele é um pouco puxado, mas vale MUITO a pena. 

Obs: pra quem gosta de história e detalhes, esse livro é ótimo! Além de ter algumas informações sobre artes e a Europa antiga.

NOTA: 5  

Sarah

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