[Resenha] Procura-se um marido - Carina Rissi

Procura-se um marido é um livro que ultrapassa as barreiras do complicado e da paixão, com uma personagem de personalidade forte, que briga e discute pelo que acredita, defendendo seus ideais até morte.
Um dos grandes motivos para eu ter comprado esse livro (além da capa ser divina) é a forma como Alicia, protagonista da história, é parecida com a nossa sociedade: radical, não tem medo das consequências de suas atitudes e faz o que for preciso para conquistar o que quer.
Além desse grande motivo, devo dizer que o mocinho, chamado Max, tem muitas vantagens: um cara alto, lindo de morrer, loiro, olhos verdes, magro na medida certa e, além de TUDO isso, muito fofo. Você deve estar imaginando que pela Alicia ser um pouco mandona, Max faz tudo o que ela quer, não é mesmo? Mas não! Ele bate de frente com a maioria das mínimas implicâncias dela, mostrando a ela um novo modo de ver as coisas.

Trabalhar tendo aquela vista privilegiada não seria sacrifício algum, afinal...
Mas então ele abriu a boca.
- Olha só o que você fez! Eu levei horas para colocar esses papéis em ordem! – ele cuspiu, agachando-se para pegar as folhas, depois olhou para cima – Você vai ficar aí, me olhando com essa cara? Vê se pelo menos separa o que é seu!

A história passa por uma pequena introdução pela vida de Alicia, e vai se desenvolvendo ao longo do livro. Ela mora com seu avô Narciso, por quem foi criada e com quem cresceu. Infelizmente, ele acaba morrendo e deixa sua empresa para a neta. Porém, uma cláusula do testamento permite que ela receba sua herança apenas se estiver casada há mais de um ano ou passar por todos os setores da empresa, até chegar a liderança.
Ela começa a trabalhar na L&L Cosméticos como assistente de secretária, onde Alicia é mandada o dia todo e, por sorte, conhece Max. Juntando sua personalidade forte, sua força de vontade para brigar e sua nova-vida-de-trabalhadora, Alicia não demora muito para discutir com seus novos chefes, com colegas de trabalho – principalmente com Max, com quem desenvolve uma antipatia mútua imediata – e desistir de sua herança.

Mas como foi mimada a vida toda, ela não tinha noção de que as contas têm que ser pagas e que seu avô não iria mais lhe dar dinheiro. Com a situação de despesas com carro, moradia e comida, Alicia decide continuar a caminhada trilhada pelo seu avô.
Uma das melhores coisas desse livro é como a autora consegue fazer os pensamentos dos personagens virarem uma realidade. Por uma brilhante ideia, Alicia e Mari, sua melhor amiga, decidem colocar um anuncio no jornal. E aí você imagina o que diabos ela poderia vender? Ela necessita de dinheiro, certo? Mas pelo contrario, ela procura um marido de aluguel, por um ano, e sua recompensa será uma parte da herança. E o mais louco de tudo é que: REALMENTE LIGARAM PARA ELA SOBRE O ANÚNCIO.

O que mais se destaca é um homem que mora sozinho, trabalha a maior parte do dia, tem dois quartos no apartamento e não procura nenhum relacionamento. Seu único querer é que sua nova esposa vá as festas e comemorações da empresa, para assim ele ser mais respeitado no trabalho e conseguir uma promoção. Enquanto Alicia está no banho, Mari organiza sua nova entrevista, num cafezinho aonde normalmente vai. Mas para sua surpresa, quando chega, sua nova opção de marido é o Max, seu super-inimigo-de-um-metro-e-noventa.

–Achei! Ele está ali. Ai, meu deus, ele é lindo! Mais que lindo, ele é um tesão! – Mari exclama.
- Isso não importa. Ele parece normal? - Questionei sem ânimo.
- Normal? Como um homem desses pode ser normal? Imponente, um ar rústico, testosterona pura. Olha aquele queixo! – gemeu ela.
.......
- Ah, não – exclamei em pânico - ele não!

O mais envolvente do livro é como a relação deles se modifica com o tempo: de ódio passa para respeito, amizade e por aí vai até chegar ao amor. E aí sim meus amigos e amigas, a coisa fica boa (mais do que já estava).

Sentei-me ao balcão e estava quase terminando o café da manhã quando a porta se abriu bruscamente. Saltei da banqueta, assustada, antes de ver Max – vestido de camiseta branca e bermuda azul, os cabelos úmidos e a pele brilhando de suor - invadindo a cozinha.
- Max! – gritei, apertando a toalha ao redor do meu corpo.
- Bom d... - ele me examinou de cima a baixo, desviou os olhos,  depois se virou de costas – Eu...não sabia que você tomava café vestida assim.

Uma leitura leve, gostosa e calma. Os mocinhos são parecidos de personalidade, o que deixa o livro mais interessante, além de criativo. Para quem gosta de chick lit, é uma grande oportunidade para conhecer e se apaixonar pelo livro e, com toda certeza do mundo, pela autora.

– É mesmo? – Sorri, maravilhada. – Eu pensei que você nem tivesse notado a camisola.
- Eu notei. Ah, notei! Mas sinceramente, Alicia, não precisava nada daquilo. Você não faz ideia de como aquele seu pijama de nuvenzinha e as pantufas de dinossauro me tiram o sono. Você fica tão...linda e autêntica e... por semanas, era tudo o que eu conseguia pensar - Ah Mari, você precisava ouvir isso! – Meu trabalho não rendeu nada depois que casei com você.
Nota: 5 estrelas
Sarah

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